Será que é quando sonha noutro idioma? Quando insulta noutro idioma? Quando conta piadas noutra língua?
Há todo um processo por trás, mas são vários os sinais que nos levam a supor que falamos um idioma com fluência. O humor, as emoções e os sonhos são alguns dos indicadores que nos fazem pensar que uma pessoa possa ser bilingue.
Mas o que é exatamente um bilingue? As fronteiras entre monolingue e bilingue são ténues e deram lugar a diversas definições académicas. Por um lado, a definição do linguista Leonard Bloomfield era tão restritiva que ele apenas considerava bilingue quem dominasse uma segunda língua como um nativo. No outro extremo, está a definição do também linguista Jim Cummins, que considera bilingue qualquer pessoa que seja capaz de comunicar numa segunda língua, mesmo que em conversas básicas.
Apesar de as definições serem tão díspares, os estudiosos têm um ponto em comum: as emoções. Elas podem variar em função da língua utilizada e, habitualmente, estão vinculadas ao idioma com que crescemos. Se alguém for capaz de se emocionar do mesmo modo em duas línguas, podemos dizer que adquiriu as ferramentas necessárias para poder afirmar que é bilingue.
Outra atitude que pode ser reveladora é a de esquecer palavras na língua materna mas lembrar-se delas noutro idioma e utilizar estruturas gramaticais que são incorretas nessa língua. Esses pequenos dramas quotidianos do bilingue validam-no como tal.
Conte-nos, depois de ler este artigo, considera-se bilingue?